quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Gordura trans age como a gordura saturada ao elevar o nível sanguíneo do LDL - colesterol ruim (ruim porque danifica as artérias e promove obstruções); e diminui o nível de absorção da proteína de alta densidade HDL - o colesterol bom (bom porque retira o ruim da circulação).
A gordura trans aumenta as chances do aparecimento de um problema obstrutivo nas artérias, isto é, a placas de gordura no interior de veias e artérias, causando infarto ou AVC.

Hipertensão Arterial. Sou candidato?


Congresso Europeu de Cardiologia 2009

Barcelona 09/2009

Beterraba cura anemia?


Não é tão simples assim. Para ingerir a quantidade de ferro necessária por meio de suco de beterraba, seria necessária muita beterraba.

Cem gramas de beterraba crua tem cerca de 0,80mg de ferro; enquanto que 100g de carne bovina tem 2,15mg de ferro. Isso sem contar que o ferro presente em alimentos de origem animal é mais facilmente absorvido pelo organismo que os de origem vegetal, como a beterraba.

Fonte: Carla Yamashita, nutricionista do Fleury

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Prazeres que o cigarro tira


Com o objetivo de fugir da rotina, um grupo de amigos combina um final de semana no campo. Já no caminho, eles se empolgam pensando nas possibilidades de aventuras que a natureza local lhes reserva. No primeiro dia, logo pela manhã, iniciam uma trilha de alguns quilômetros até uma bela cachoeira. O grupo mantém um bom ritmo na caminhada, exceto por um deles, que, aos poucos, vai sentindo o fôlego sumir e as pernas ficarem mais lentas, enquanto os companheiros se distanciam à sua frente...
Este é apenas um exemplo das inúmeras situações pelas quais os fumantes passam ao praticarem uma atividade física. Algo que antes era tão simples e prazeroso, como uma caminhada, começa a ficar paulatinamente mais difícil.
Estudos da década de 80 já demonstravam que o tabagismo prejudica a capacidade do pulmão de absorver a quantidade necessária de oxigênio do ambiente e de difundi-lo ao sangue que o transporta até os músculos e órgãos. Primeiramente, com o tempo, o tabagismo provoca uma inflamação nas vias aéreas. Nos pulmões, a fumaça agride as células e destrói, aos poucos, as estruturas chamadas alvéolos, responsáveis pela oxigenação do sangue, que ocorre quando ele passa por esses elementos pulmonares. Finalmente, ainda que se otimize a entrada de ar, a proteína responsável por transportar o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo denominada hemoglobina – que se encontra no interior do glóbulo vermelho, no sangue – perde um pouco da sua eficácia. Isso ocorre porque parte da hemoglobina deixa de se ligar à molécula de oxigênio para se ligar à molécula de monóxido de carbono, presente na fumaça do tabaco. Assim, os glóbulos vermelhos chegam a transportar até 10% a menos de oxigênio aos músculos e às outras partes do corpo, segundo o site do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
Olfato e paladar prejudicadosDepois de algumas investidas, o cavalheiro enfim consegue agendar um jantar romântico com sua dama naquele novo e requintado restaurante. Enquanto aguarda a dama na porta da casa dela, ele acende um cigarro. A dama se apresenta estonteante, com o toque especial de um suave e delicado perfume. O cavalheiro apenas comenta da elegância de sua roupa e penteado. Já no restaurante, pedem para degustar um bom vinho antes da refeição. O garçom lhes traz algumas opções. O cavalheiro cheira e degusta o primeiro, depois o segundo, em seguida o terceiro. Não percebe muita diferença, então opta pelo último. A dama olha com certa desconfiança. O jantar prossegue com a refeição. Ambos são apreciadores da boa culinária, mas o cavalheiro parece não deliciar-se tanto da comida quanto a dama. Nem mesmo a cara sobremesa surpreende seu paladar...
Tanto o olfato quanto o paladar são prejudicados com o consumo contínuo do cigarro. Uma revisão de 2008 sobre o tema, publicada na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, concluiu que a exposição ao fumo parece alterar significativamente os receptores da mucosa do nariz e da boca, componentes celulares que participam do processo fisiológico que resulta nessas sensações.
A presença de certas substâncias agressoras e a temperatura quente da fumaça causam alterações na superfície da mucosa nasal, gerando sensação de queimação, dor e prejuízo na capacidade de diferenciar ou identificar aromas suaves. Não suficiente, fumar parece diminuir a sensibilidade das papilas gustativas quanto à percepção de alimentos salgados, amargos e doces. Assim, as comidas perdem um pouco do sabor e, consequentemente, do prazer que proporcionam.
E se você conheceu algum fumante que já não sorri tanto quando se olha no espelho, saiba que a ciência tem dado algumas explicações para isso. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo também agride a pele, fazendo com que os fumantes aparentem ter até dez anos a mais que a idade real. Além disso, facilita a perda prematura de dentes e mancha o esmalte, deixando um sorriso literalmente amarelo.
Fumar, além de prejudicar a saúde, também atrapalha as pequenas coisas que deixam a vida mais gostosa.

Texto de Thiago Pavin; psicólogo da área de Gestão de Saúde do Fleury

Surdez - pode ser problema genético?

(matéria da Revista Galileu)
É uma figura comum ao nosso imaginário, e à nossa realidade, um idoso que não escuta bem. A maioria de nós imagina que isso ocorre porque a pessoa está ficando velha, que ela passou muito tempo em lugares barulhentos, que os órgãos envolvidos na audição vão se degenerando... Essas são causas plausíveis. Mas seriam somente diferenças físicas que diminuem a capacidade de audição conforme envelhecemos?
Um time de cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps, na Califórnia, resolveu ir mais fundo nessa questão e descobriu uma causa genética da perda progressiva da audição. Isso significa que uma pessoa já pode, desde o nascimento, estar fadada a ir perdendo a audição na velhice. Se você acha que isso não vai mudar muito o estado das coisas, saiba que es s es cientistas têm como meta bolar uma pílula que consiga retardar, ou mesmo impedir, essa perda progressiva de audição.
Muitas formas de surdez são congênitas, manifestam-se no indivíduo desde o nascimento; para esses tipos, é sabido que a causa são mutações em algumas centenas de genes. “Mas não tínhamos clareza sobre os componentes da surdez progressiva, que atinge a maior parte da população. Agora estamos mais certos de que há uma forte causa genética nessa lenta perda de audição”, diz Ulrich Mueller, coordenador do extenso grupo de pesquisa.
Já haviam sido encontrados alguns genes relacionados à perda progressiva da audição, mas esse novo foge do padrão. Aqueles que foram identificados até hoje são dominantes; ou seja, independentemente de seu par (em nosso corpo, todo gene tem um par), ele vai se manifestar e a pessoa vai perdendo a audição.
A descoberta desse time de cientistas foi um gene recessivo, que só causa o mesmo efeito quando seu par também é recessivo, caso bem mais raro. Esse achado singular vai proporcionar dados mais ricos aos pesquisadores.
Experiências
Para entender melhor a base genética da audição, o time de cientistas produziu mutações aleatórias em células de ratos para obter traços de perda auditiva. Uma vez encontrados, esses sintomas foram intensificados por meio do cruzamento dos animais que os apresentaram – e eles conseguiram dar origem a uma geração com deficiência auditiva. Do cruzamento desta última geração, nasceram ratos totalmente surdos, e os cientistas conseguiram isolar um gene – o Loxhd1.
A onda de som entra pelo ouvido externo, passa pelo canal até atingir o tímpano, que vibra e move os ossículos que se comunicam com o ouvido interno. É aí que se encontram as células ciliadas, as vítimas do Loxhd1; são elas que transmitem o sinal ao neurônio, que o passa ao cérebro, que o interpreta como som. O gene não afeta o desenvolvimento inicial das células ciliadas, mas impede sua manutenção, o que leva, a longo prazo, à sua degradação.
Para saber se existia um gene semelhante para os humanos, o grupo recorreu ao professor Richard Smith, do Carver Colege no estado americano de Iowa. Por anos ele havia coletado amostras de DNA de famílias com deficiência auditiva. Nessas amostras o grupo encontrou algumas mutações no mesmo gene dos ratos.
Próximos passos
“Nossa esperança, pode até parecer um pouco futurista, é desenvolver uma pílula que retarde a perda de audição”, afirma Mueller. De acordo com ele, é isso que se tenta nas pesquisas sobre o mal de Alzheimer, outra doença que antes se acreditava estar ligada apenas ao envelhecimento fisiológico.
Seguindo o exemplo de pesquisa desta doença, o grupo de Mueller vai procurar similaridades em casos já existentes de surdez progressiva para aprofundar as pesquisas. Testes, por enquanto, só serão feitos em ratos. Mueller diz ser positivo contar com essas cobaias, porque costuma-se obter fenótipos semelhantes nesses animais e nos humanos.
Mas para a produção de uma pílula efetiva contra a perda progressiva de audição, diz ele, ainda falta muito: “Geralmente, leva pelo menos dez anos até a droga ser aprovada pelas agências regulatórias. Nosso estudo ainda está no começo, e nem provamos ainda que vai dar certo; ainda vai demorar um bom tempo”.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Álcool, faz bem ou mal?

Estudos apresentados neste último Congresso Europeu demonstraram que mais de tres doses de álcool por dia estão associadas a um risco aumentado de cancer. Na Rússia, o elevado consumo de álcool tem sido associado com aumento de mortalidade por doenças cardiovasculares. Na Finlândia, o abuso de álcool foi fortemente associado com a aterosclerose da artéria carótida e aumentou a incidência de eventos coronarianos.
Com base nestas observações, o consumo abusivo de álcool pode não proteger contra doenças coronarianas, como se pensava anteriormente, mas pode de fato ser até mesmo prejudicial.
É fato que pequenas doses são benéficas devido ao fator anti-oxidante que também é encontado na uva.
O resveratrol parece ser a substância envolvida neste processo protetor.
Recomenda-se moderação no uso do álcool.

Aspirina: todos devem tomar?

Aspirina, ou AAS (ácido acetil salicílico) é muito usado por cardiopatas para prevenir a progressão das obstruções arteriais.
A conclusão de estudos apresentados no Congresso Europeu de 2009 evidenciou que isto só apresenta benefícios a pessoas que tenham risco de doença cardiovascular.
Portanto, não são todas as pessoas que se beneficiam deste tratamento.
Volto a repetir o que digo no consultório: "dar novalgina pra quem nao tem febre nem dor, não proporciona bem-estar nenhum, a pessoa fica apenas com os efeitos colaterais". Este raciocícnio se aplica ao AAS infantil quando para a prevenção cardiovascular.