terça-feira, 13 de novembro de 2012

Jejum para fazer exames , é mesmo necessário?

William Mur/Editoria de Arte/Folhapress

A exigência de doze horas de jejum antes de um exame de colesterol é desnecessária para a maioria da população, segundo um novo estudo publicado ontem na versão on-line da revista "Archives of Internal Medicine".
O longo período sem comer é recomendado para evitar que os alimentos ingeridos pouco antes do teste possam influenciar os resultados, especialmente os dos triglicérides, cujos valores também podem mudar após a ingestão de álcool.
Essa medida das gorduras no sangue é usada pela maioria dos laboratórios para calcular o nível de LDL (colesterol "ruim") na circulação.
Mas a equipe da Universidade de Calgary, no Canadá, ao analisar dados de 210 mil pessoas submetidas a testes de colesterol após períodos em jejum (de 1 a 16 horas), mostrou que a discrepância causada pela alimentação é pequena demais para manter a velha recomendação.
Para as medidas de colesterol total e colesterol "bom" (HDL), a diferença máxima de resultados foi de 2%. Para LDL, até 10% e, para triglicérides, até 20%.
PRODUÇÃO PRÓPRIA
Segundo o cardiologista Antonio Gabriele Laurinavicius, da unidade de check-up do hospital Albert Einstein, a diferença pequena entre os resultados se deve ao fato de que a maior parte do colesterol é produzida pelo próprio corpo. "O fígado fabrica boa parte do colesterol, e essa produção é constante, pouco muda com a alimentação."

Os triglicérides mudam mais porque são absorvidos no intestino após as refeições.

Outro ponto a favor de abolir o jejum é a praticidade para o paciente, que muitas vezes acaba adiando os testes quando não consegue cumprir as exigências. Para os autores do estudo, acabar com esse problema seria muito melhor do que ter a medida mais precisa possível do colesterol feita em jejum.

"O jejum cria dificuldades logísticas. A maior parte das coletas é feita de manhã, o que superlota os laboratórios, cria transtornos nos horários de trabalho dos pacientes e tudo isso gera custos, horas perdidas em filas", afirma Laurinavicius.

De acordo com Raul Santos, chefe da unidade de lípides do Incor (Instituto do Coração do HC da USP), especialistas americanos defendem o uso do colesterol total e do HDL (que não variam segundo o jejum) para medir o risco cardíaco, dispensando os triglicérides.
"O uso do 'não HDL' [colesterol total subtraído do colesterol 'bom'] é mais barato, e as medidas são precisas."

Para o patologista Nairo Sumita, assessor médico do Grupo Fleury de laboratórios, ainda faltam evidências científicas que justifiquem uma mudança quanto ao jejum agora, mas a tendência é reduzir as exigências para aumentar a adesão dos pacientes aos testes.

Laurinavicius, do Einstein, lembra que, com mais pesquisas, os requisitos podem mudar, mas quem faz teste de glicemia junto com o colesterol vai continuar a ter de seguir o período de jejum.

Matéria publicada no site da Folha de Sao Paulo, hoje.

ESTUDO UMPIRE - Polipílula

 
 
UMPIRE: O uso da polipílula aumenta a aderência à medicação e melhora o controle pressórico e da dislipidemia

Roberto Rocha Giraldez
A maioria dos portadores de doença cardiovascular não segue o tratamento medicamentoso recomendado a longo prazo. Em nações da baixa renda, onde atualmente ocorre a maior parte das mortes associadas à doença cardiovascular, mais de 90% dos pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral ou infarto agudo do miocárdio não recebem qualquer medicação para a prevenção secundária. Mesmo em países ricos, esses valores alcançam cerca de 30 a 50% dos pacientes. Um dos motivos descritos para a baixa aderência medicamentosa é a complexidade introduzida pelo alto número de comprimidos utilizados pelos pacientes. O estudo UMPIRE (Use of a Multidrug Pill In Reducing cardiovascular Events) testou a estratégia do uso diário de uma única pílula contendo uma combinação de medicamentos (AAS, estatina e dois ou mais agentes anti-hipertensivos) para a prevenção secundária da doença cardiovascular. Duas formulações com doses fixa foram empregadas:

1. AAS 75mg, sinvastatina 40mg, lisinopril 10mg e atenolol 50mg ou;
2. AAS 75mg, sinvastatina 40mg, lisinopril 10mg e hidroclorotiazida 12.5mg.

O estudo UMPIRE randomizou 2004 pacientes de alto risco cardiovascular (≥ 15% em 5 anos) ou com doença cardiovascular estabelecida para estratégia terapêutica com polipílula ou tratamento medicamentoso tradicional. Os pacientes foram selecionados em 29 centros da Índia e Europa (Londres, Dublin e Utrecht) e acompanhados por 18 meses. O desfecho primário do estudo foi a aderência à medicação manifestada pelo próprio paciente e as variações da pressão arterial sistólica (PAS) e dos níveis séricos de LDL em relação às concentrações basais.

Os pacientes incluídos no estudo UMPIRE apresentavam idade média de 62 anos e eram, predominantemente, do sexo masculino (82%). A PAS basal foi de 137mmHg e o LDL de 89mg/dl. A maioria dos pacientes tinha antecedentes de doença arterial coronária (76%) ou doença cerebrovascular (15%) e 28% eram diabéticos. A tabela abaixo descreve o uso de medicações no momento da inclusão no estudo.


Ao final do seguimento, 86% dos pacientes no grupo que recebeu a polipílula mantinham aderência ao tratamento, enquanto 65% no grupo convencional continuaram a terapêutica medicamentosa (HR 1,33; 95%IC 1,26-1,41; P<0 br="br">

A PAS foi de 129,2mmHg e 131,07mmHg nos grupos que receberam polipílula e tratamento convencional, respectivamente (-2,6mmHg. 95%IC -4,0--1,1; P=0,0005). Resultados similares foram vistos em relação ao LDL com níveis séricos de 84,3mg/dl no grupo de tratamento único diário e 88,6mg/dl com tratamento aberto (P=0,00045). O aderência ao tratamento foi consistentemente maior no grupo que recebeu dose única diária, mas, parece ter sido especialmente maior em alguns subgrupos, como nos pacientes com fatores de risco sem doença estabelecida ou em pacientes tabagistas.


Em conclusão, o uso de uma estratégia de combinação fixa de medicamentos incluindo um agente antiplaquetário, estatina e drogas hipotensoras aumentou a aderência em 33% e reduziu a PAS e LDL ao longo de 15 meses de seguimento em portadores de doença cardiovascular estabelecida ou risco cardiovascular elevado comparado ao tratamento padrão. Assim, a despeito do tratamento personalizado que buscamos hoje em dia para se alcançar as metas estabelecidas de pressão e colesterol, a falta de aderência é um problema real que se interpõe ao nosso objetivo. O uso de medicações com dose fixa, apesar de não individualizar o tratamento, é uma opção terapêutica populacional bastante eficaz.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

POLIPÍLULA - Congresso AMERICANO de CARDIOLOGIA AHA 2012

Mais uma vez, a polipílula foi destaque!!!
Uma dose fixa e combinada de 4 substâncias, em uma única tomada, demonstrou que efetivamente melhora a aderência dos pacientes ao tratamento e consequentemente melhora os índices quando se fala em prevenção cardiovascular.
Ao longo de 15 meses, a porcentagem de pacientes considerados aderentes ao uso de medicamentos foi estimada em 86%, contra 65% nos que usam medicamentos separadamente.
O responsável por essa nova pesquisa é de Londres, do Imperial College London.

Dr Rogério Ruiz

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Além de atividade física, mudança de hábitos alimentares e medicamentos o que se tem no arsenal contra a Obesidade é a Cirurgia Bariátrica. O SUS está alterando a liberação para adolescentes e ainda temos que aguardar a resolução. Esta imagem publicada na Folha de S Paulo de hoje ilustra como é a cirurgia.

Agendamento de Consultas para AMIL, MEDIAL, BLUE, Life

Um novo sistema para os associados a estas operadoras de saúde está disponível pela internet.
O endereço é www.agendesuaconsulta.amil.com.br
Não esqueça de imprimir o comprovante de agendamento, pois é através dele que sua consulta é confirmada no consultório.